O escritório com a janela grande. O japonês nerd que só na manhã de natal me pediu para levá-lo à farmácia para comprar as passagens. À farmácia? Pois é, cidade pequena. Ainda tem dessas farmácias que vendem de tudo. Passagens para a capital. Iria com a namorada ao encontro da família. Fiquei ali na noite de natal. Eu e meus pensamentos. Eu e meus sentimentos. De modo que a casa, mesmo que grande, estava cheia. Lotada. Como uma família em que há gente triste, gente feliz, gente velha, gente nova, gente falante e gente emudecida. A viagem para a capital veio só depois. A estrada. O pastel com caldo de cana na kombi do Toninho. A tempestade com enchente e motoboys aninhados sob a cobertura de um posto de combustível. O rio quase a transbordar e a máquina fotográfica ajustada para um ISO elevado tentando enxergar tudo aquilo.
A saudade. Os beijos. As histórias. A tapioca. A voz. Os sussurros. A presença. As risadas. Os olhares. As unhas e os dedos. O cheiro. O calor. O suor. O canto: Meu Bem Querer, Carinhoso, Bem que se Quis...
Tudo tão rápido. De repente um ônibus e mais um avião. Tudo fica longe de novo. Mas tudo fica, de repente, tão perto.
Um comentário:
Amor e o que é o sofrer
para mim que estou
jurado pra morrer de amor?
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