Aula de escrita, de literatura. Por que não? A idéia pareceu tão interessante, organizar um pouco as idéias...
O que levar na primeira aula? Nada? Com tantos textos escritos na gaveta? Vou escolher alguma coisa, sei que vou. E se não gostarem? E se não for bem assim que a aula funciona? Não é melhor deixar para depois, ir hoje só como um ouvinte curioso para depois pegar o esquema melhor?
Não, que fiquem os receios pra lá. Vou levar alguma coisa. Vou mostrar um pouco de mim e, se tiver que mudar, que saibam todos de onde estou partindo. Uma carta de amor? Um pequeno conto que escrevi sobre os bêbados que vi na rua? Meus secretos registros de que não tenho pudores com assuntos sexuais? O que vou lavar?
Poesia escrevo poucas, mas há um punhadinho delas também. E se rirem do meu pobre vocabulário?
Páginas dos meus diários? Registros super pessoais e nada imaginativos, registros do que a vida me deu, e não do que dei a ela... Valem também?
Há algumas centenas de fragmentos na gaveta. Cada um vindo de um passado diferente. De isolamento. De festas. De lágrimas e amores. Tantas diferenças. Tantas coisas que escolhi e lapidei e outras tantas que de modo algum controlei.
Fico olhando essas lascas de passados inacabados e pensando nos novos colegas que logo vão me ouvir. Quem quero ser hoje?
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