Andei por lugares que não conhecia. Fiz fotos demais.
Quando vou olhá-las? Preciso selecionar vinte.
Dez.
Cinco.
Duas.
Uma.
Apenas uma foto de hoje. Para a posteridade é o que basta. As belas memórias não são resultado de uma vida bem vivida mas sim de um belo trabalho de edição que fazemos sobre a real bagunça de nossa história.
Passei parte do tempo parado em um bar. Pedi uma cerveja. Conversei com algumas pessoas. Ser um viajante é uma bênção para as conversas: é a deixa universal para se iniciar um diálogo com um estranho.
Você vem de onde? Está de férias ou a trabalho? Há quanto tempo está aqui? E como aprendeu este idioma assim tão rápido? E quando vai embora?
Mas é também uma maldição: é difícil, muitas vezes, levar a conversa para além desse calabouço de obviedades. Passo em uma livraria. Compro os livros com a história do local. Hoje estou empolgado. Mas quando vou ler tudo isso? Quais dias serão inúteis o suficiente?
Não posso ler a biblioteca do mundo só porque passei por ele. Preciso aprender a selecionar as coisas.
Talvez seja assim também com as pessoas. Preciso parar de me interessar por todo mundo ao redor.
Estou perdendo tempo com leituras inúteis e deixando passar as que prestam.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
Diário de viagem genérico
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