-Eu ia lá visitá-los e ele tava sempre lá, nos fundos da casa. Tinha um barracão. Ele acordava cedo e ficava pintando esses vasinhos de cerâmica, sabe? Então era assim a vida dele. Ele nem precisava daquilo. Mas era o que gostava de fazer. Às vezes tava fazendo os vasinhos. Às vezes tava lá pintando. Recebia a gente sempre sorrindo. Depois ia lá, andando todo arqueado, e voltava para os vasinhos. Então eu não sei... Tem vezes que eu olho essa gente que trabalha e trabalha e trabalha, e fico me perguntando quando é alienação e quando é felicidade. Quando é aparência e quando é realização. E aí eu vejo que não adianta ter raiva do meu chefe porque ele manda e-mail de domingo. Não é que ele esteja certo... É que eu tenho mais é que fazer como o meu tio: cuidar da minha vida fazendo o que eu quiser, e pronto.
sábado, 2 de maio de 2015
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