O couchsurfing.org é um site incrível. Em português a tradução livre seria algo como "surfando nos sofás". Permite que viajantes se encontrem com pessoas que gostam de viajantes. Você quer ir para Piacenza, na Itália, mas não quer saber de hotéis e instalações "artificiais"? Que tal uma opção monetariamente mais barata e culturalmente mais rica: ficar na casa de alguma família genuinamente italiana por lá?! É isso o que o site permite. Que viajantes encontrem pessoas dispostas a recebê-los.
Fazia três meses que eu estava com a Silvia. Eu estava encantado com ela. Apaixonada por livros. Por boa arte. Bonita, educada e inteligente. Conseguia conversar de tudo com ela. Política, cultura, religião. Até que cometi um erro. Comentei a ela sobre o couchsurfing.
E ela ficou indignada.
"Que absurdo! Receber algum estranho dentro da minha casa? Que idéia louca!"
Pior de tudo. Ela nem tinha entendido ainda que em boa parte das vezes não há nem mesmo cobrança financeira dos hóspedes. Em geral acerta-se alguma "ajuda de custo", referente a alimentação, ou algum presente de gratidão, mas não se cobra uma estadia.
"O quê? De graça? Ah não, você perdeu o juízo, isso é ridículo."
Naquele instante eu tive certeza de que éramos fundamentalmente tão incompatíveis que não poderíamos, de modo algum, continuar juntos por muito tempo. E assim foi.
Esse caso foi o primeiro de muitos. A Silvia não foi a primeira namorada a, digamos, não passar no teste do sofá.
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