Aquelas casas com cheiro de barro. Chão de terra batida. Os chinelos ficavam cheios de lama quando eu saía do banho, ainda molhado. Era impossível ser completamente limpo ali. Mas a vida era boa. De algum modo, as coisas eram melhores. Lembro do cheiro do fogão a lenha se espalhando pela casa. Aquele aroma denso e o barulho da lenha estalando em brasa.
Os ares se dividiam em silêncios e lamentos. Risadas e repreensões. Barulhos de botas amassando o chão. Quem deixou o trator no lugar errado? Por que a janta ainda não está pronta? Um boi escapou, vamos lá buscá-lo. Urgências. E eu, criança, achando tudo aquilo uma atração encantadora, sem fazer idéia de que era apenas uma vida sofrida, uma existência privada de outras escolhas.
sábado, 6 de junho de 2015
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