Minhas visículas começaram a produzir amor demais.
Procurei curandeiros, médicos, advogados, engenheiros, pedreiros, chineses e camelôs. Procurei um homeopata.
Solução: diluir o amor.
Diluir em água? Não, amor se dissolve em outros amores, disse ele.
E então dei-me a outros amores.
Loira peituda, alta, perna grossa.
Libanesa trintona super gostosa, simpática, que estava infeliz no casamento. Um doce...
Morena dançarina, rebola como ninguém, coxa com coxa. Cheiro de impregnar.
A namorada toda certinha que tinha duas faculdades, um bom emprego, leitora voraz, atenciosa com a família, perfeita nos ideais da normalidade.
Olhar excitante. Pele com pele.
Menininha inocente, longos cabelos compridos, lisos, impressionada com os mistérios de minha pouca idade a mais.
Filósofa voraz leitora de tudo. Tudo. Filosofias, romances, guias, folhetinhos. Tudo. E conversadora. Horas de conversas no sofá sob o cobertor. O melhor chocolate quente é aquele que vem cremoso, com um leve toque de conhaque e coberto de muitas frases raras. Se tiverem a delicadeza de enfeitá-lo com bons olhares então, é um paraíso.
A atriz que tinha nos jeitos da saudade a poesia dos palcos. E abraçava apertado. Mordia. Apertava as mãos em mim forte, com medo de deixar escorregar.
Com medo do tempo passar rápido demais.
E então ela, aquela de antes, aparece dizendo tchau. Outro país, morar fora.
Não consigo: não quero.
Amor não se dilui. Com sorte e um bom sufoco, se esconde. E se ele não morrer sufocado, azar o seu.
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