As duas moças no banco de trás do ônibus eram um barato. "Um barato", que expressão... será que estou velho? Outro dia chamei alguém de "nó cego" e ninguém entendeu. Falaram que era uma expressão de vovô, que nunca tinham visto alguém usar isso desde a TV colorida. Enfim, mas as duas eram um barato, isso eram. Falavam de relacionamento. Uma delas estava com problemas de namoro e a outra ia aconselhando.
- Ih, mas é assim, é assim mesmo! Você quer sair, muda de planos. Sai do trabalho, dá uma ligadinha e fala um oi, fala que tá indo ver sei lá o quê, pronto desliga, tá avisado, sabe... É isso, é trabalhoso, mas é assim!
- Meu, eu não vou conseguir. Avisar qualquer mudança de plano todo dia? Eu não faço isso nem com a minha mãe! Não dá. Sei lá. Acho que é melhor assim: a gente namora de fim de semana e fica solteiro durante a semana. Não dá. Dar satisfação sempre? Nunca fiz isso na vida!
Como sensibilizei com ela. Quase virei-me para de repente dar um abraço nela, em sinal de identificação com a causa. E também em sinal de que eu reparara no quão bonita era a moça.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário