domingo, 18 de agosto de 2019

Necrófilo

Há sempre mais no mundo. Me apaixono e jogo na calçada. Não piso e cuspo e chuto por apego ao glamour da aura de homem respeitoso, mas confesso que há em mim o impulso. Amei, ardeu, queimou, já era, já foi! E dói, e dói tanta a saudade! E não quero que volte, não quero de novo. Entende? Já sentiu isso? Aquela menina da faculdade, aquela conhecida da viagem, aquela namorada inusitada, aquela paixão das cartas sem fim... Que saudade sem-vergonha, de dar nós nos dedos enquanto escrevo. E não quero que volte. Não quero reviver. Não quero que seja possível. Gosto da minha galeria de sentimentos extremos.

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