Descobri: eu não gosto de exaltações... Não, não gosto. Minha irmã, argumentando sobre o quão falhas são as bolsas de valores e o quão burros foram os capitalistas todos que não aprenderam nada com as lições de 1929, exalta-se. Eu odeio isso. Gosto de razoabilidade. Razoabilidade seria ficar menos irritada para tentar demonstrar contundência, e gastar mais tempo investigando o máximo que puder. Afinal: quais discussões ocorreram após 1929? O que os economistas da época disseram? Como o governo reagiu a isso? Por que determinadas medidas foram tomadas, e outras não?
E aí observo as outras pessoas, e há o mesmo fenômeno por toda a parte: ninguém está nem aí, nas discussões do dia-a-dia, para a razão que sustenta (ou não) cada argumento. Fala-se de política, de aquecimento global, de planejamento familiar, temas importantíssimos, sempre na base da exasperação como recurso lógico principal. Arthur Schopenhauer escreveu o pequeno porém curiosíssimo "Como vencer um debate sem precisar ter razão". Por um lado é uma pequena obra irônica, satírica. Mas o curioso é que a muitos realmente chama a atenção, e digo a quem: aos letrados. Aos educados nas escolas do filosofismos. Esses aprenderam formas tão amenas de tentar vencer um debate por meio da razão que atrofiaram no resto. Para todo o resto da humanidade, o livrinho é dispensável, supérfluo total.
A gente já sabe. Já nasce sabe sabendo. Tá nos genes, tá armado aí dentro da gente. Discordaram: grite. Ameaçaram: ataque. Duvidaram: insista. Muito diferente do que ensina a escola dos letrados. Discordaram: ouça. Ameaçaram: dissuada. Duvidaram: pondere.
Já não me deixo surpreender com a violência argumentativa das pessoas em geral. Vou é me deixar ficar curioso. Vou estudá-la. Vou entendê-la. Vou continuar tentando responder minha questão fundamental da existência: por que as pessoas fazem o que fazem, e não qualquer outra coisa?
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