Pensar é um fluxo. Escrever é um fluxo. Mas pensando as idéias desaparecem ao nascer. É como a água no Sol, que é destruída pelo calor absurdo quase que no exato momento em que é criada. Escrevendo não. Escrevendo as idéias adotam contornos, contrastes.
Enquanto pensamos, temos as palavras pelo pescoço, tiradas com violência da memória, da imaginação, e lançadas com descaso ao esquecimento, ao mundo sombrio e úmido das coisas já pensadas, onde elas passarão toda a eternidade.
Quando escrevemos, o destino das palavras é diferente. Quando escrevemos, tomamos as palavras com cuidado desde seu nascimento, atentando à sua forma, seus detalhes. E então elas amadurecem, e ao se materializarem no mundo, adquirem a força de nos confrontar. Nos olham nos olhos e dizem que não nos pertencem mais. E têm razão.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
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