Ela nunca tinha voado, muito menos voado para longe. Mas foi. Christiano, ricaço simplório desses que só é rico por ter dinheiro, mais nada, cansou de ver dia após dia a menina vendo os aviőezinhos todos partirem pra longe, longe do oeste dos cafezais e soja.
- Quer ir junto?
- Eu?
- Sua măe deixa?
- Deixa, deixa sim!
E lá de cima foram voando e vendo as cidadezinhas pipocando do horizonte no meio de matos, tudo enroscado em estradinhas tortas.
Até que, de repente, a menina emudeceu. Deixou a boca abrir um pouco, esse verdadeiro cair o queixo. O aviăo, um Minuano, mal conseguia sustentar no ar tamanho assombro. Ali na frente, de horizonte a horizonte, o azul do mar, a maior lagoa que ela já tinha visto.
E de repente seus olhos năo sabiam pra onde olhar. E sentiu poesias que jamais havia experimentado. Reuniu forças e disse tudo o que as palavras sabem dizer:
- Como é bonito, o mar!
domingo, 22 de dezembro de 2019
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