segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Ventre

Vermelho, verde, azul... São diversos véus.

Ele senta e olha. A música, as cordas, os tambores, o quadril, o umbigo, a textura lisa da pele.

O olho no olho.

Muitas mulheres dançam a dança do ventre, mas a verdadeira dançarina mais que dança. Enfeitiça. Tira a alma do homem e embrulha naqueles véus todos e joga fora e deixa o que sobrou ali bobo, olhando, desligado, hipnotizado.

Ondulando ela se faz serpente e vai se esgueirando pelas suas entranhas mais desguarnecidas e morde fundo. E você morre, feliz. Feliz.

Nenhum comentário: