As tentativas de compreensão do mundo esbarram, invariavelmente, em histórias de equilíbrios.
Os antigos falavam no equilíbrios dos humores, os fluidos internos responsáveis por nossos diferentes estados.
Os economistas falam no equilíbrio dos mercados, oferta e demanda opondo-se com intensidades convergentes.
Os psicólogos falam em equilíbrio interior.
Os físicos e engenheiros falam em equilíbrio de forças, vetores pontudos apontando para tudo o que é lado até que nada aconteça.
Mas existem outros equilíbrios por serem explorados.
Os equilíbrios de prioridades. O que você acha importante? O que seu vizinho acha importante? O que o presidente do país acha importante? O que o mendigo na rua acha importante?
Os equilíbrios de carências. Quem quer fazer o bem aos outros? Quem precisa urgentemente de uma boa ação? Quem quer um abraço? Quem quer abraçar? Quem não quer saber de nada disso?
Os equilíbrios de olhares. De sorrisos.
E séculos depois de começarem a estudar esses assuntos talvez descubram o que a economia só agora ameaça descobrir: o equilíbrio é uma mentira. Inventada pelos estudiosos para simplificar as coisas e possibilitar os diagramas nos livros. A realidade é uma onda, algo que sempre pende mais para um determinado lado, gerando um fluxo em uma determinada direção. A natureza não pára nunca. (sorria)