domingo, 29 de abril de 2012

Hoje

Há anos nos conhecemos. Mas há pouco nos vimos pela primeira vez. E agora não te conheço. Não te conheço mais. Porque conhecer - essa mentira que contamos para nós mesmos - consiste em saber pouco. De longe, eu sabia pouco. Bebemos. Piscina. As amigas, namoradas. Um dia perfeito. Imprevisível no passado. Incoerente com o quadro geral. E por isso mesmo, precisamente isso: perfeito.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Procurando no lugar errado

Não tem nada mais importante, nessa vida, do que olhar para fora. Porque é fora, no mundo, nos outros, nos lugares, que habita a vida, a novidade, o abraço, o sorriso que alimenta a alma, que encontramos destinatários para nossa ajuda, nossas lições, nosso amor... e de onde pode ecoar o que temos de ruim nos ensinando a aprender e o que temos de bom, produzindo uma felicidade impossível de experimentar de outra forma

Mundo, mundo!!!!

O que tem aí fora?

Quem tá aí?

Alôôô, alôôô

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Modos de trabalho

Eu não tenho essa coisa de artista. A coisa de artista é a disciplina. Eu existo numas vezes e desapareço em outras. Dizem que sou mais instável. Eu sou é estável demais, demoro semanas em cada humor, então as pessoas os experimentam todos num mesmo dia com os saltos dos minutos. A disciplina me escapa. Ela me existe, mas só às vezes. E isso dá no mesmo.

Deixa pra lá

Então eu não consigo contar minhas histórias. O que é que está acontecendo? Eu fiquei preciosista demais? É problema de concentração? Olho as fotos, penso nas histórias. Mas não escrevo nada. Escrevo isso aqui. É fácil confessar que algo não está funcionando. Muito mais fácil do que fazer a coisa funcionar de novo.

Você já se sentiu assim? Tem um tempo que meus planos pessoais não estão funcionando devidamente. Chego em casa e não consigo mais me concentrar. Até no trabalho, na verdade. Nada é interessante o suficiente para que eu me concentre até o fim. O que há, afinal? Algum palpite?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Quilômetros

Que saudade filha da puta do caralho! Você se encaixava nos meus braços, ali certinho nos milímetros! De que adianta eu ficar pensando tanto em você? Não adianta porra nenhuma. Você sussurrou bons sonhos nos meus ouvidos. E eu escuto aquilo até hoje. Quem diria que as coisas ecoam também no tempo? Aquela voz leve, doce, quase sorrindo, quase dormindo, quase gargalhando. Doce... doce doce doce! Que saudade. Sua risada. Quando a gente andava, as ondas às vezes chegando até os pés. E a gente nem aí. Falava e ria. Tirava fotos. Brincava. Foi uma tarde perfeita, não foi? Foi um dia perfeito, não foi? A vida poderia ser sempre assim, daquele jeito. Aquele foi um dia em que eu amei existir. Sentir falta daquele dia, sentir essa dor de não estar mais aí perto... Estou sendo injusto? Foi já um presente de deus que eu estivesse aí ao menos um pouco. Agora estou longe, mas o que fazer? Você sente o mesmo?

Por favor

Querida, pare de jogar seus cadernos fora! Foram horas escrevendo. E daí que sente-se ridícula ao ler as histórias? E daí que não aprova nada? Simplesmente não cabe mais a você julgar. Pertencem a você as histórias que estão na sua mente. Uma vez no papel, pertencem ao papel, como é de qualquer papel a história que contém. Protege-se de que? Tem medo? Medo do que pensam os outros? Medo estúpido. Ainda mais quando tantos dentre esses outros sequer pensam!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Interrogações

Poderia uma mulher ter detido Hitler e alterado o destino de milhões de vítimas? E o futuro da economia do mundo?

Se Jesus Cristo existiu mesmo ou não... que diferença faz?

Pergunto o mesmo sobre Deus, ajeitando, claro, o tempo do verbo.

Se realmente temos poder de escolha sobre nossa vida, por que é que somos tão pouco criativos ao considerar as opções que temos?

Vias

Gosto de dar conselhos às pessoas porque é mais fácil pensar coisas boas para os outros do que para mim. É esse o egoísmo: gosto de dar bons conselhos aos outros para conseguir ouvir de mim mesmo as coisas que recuso a dizer nas sinceridades da minha solidão

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Curiosidades

O que é que você está fazendo agora? Está ocupada produzindo mais um documentário?

Ou está resolvendo a vida, as coisas do apartamento, procurando onde morar, terminando um namoro, começando outro talvez?

Lê um livro? O que anda lendo?

O que é que você pensa quando está andando de ônibus, olhando pela janela? Pensa nas tarefas do dia? Pensa em coisas bonitas, abstratas? Deixa-se tomar por preocupações?

Você está tão longe agora.

Era frio, tão frio naquele dia, não era? E você me fez esquecer do frio.

Aqueceu minhas caminhadas só com suas palavras e risadas.

O que será que você está fazendo agora? Por onde anda?

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sonhando impossíveis

Eu sonho com uma facilidade exagerada demais. A realidade não me intimida. Imagino coisas sem medo, sem consciência dos meus limites. Planejo meus dias como se a vida fosse eterna, minhas possibilidades ilimitadas e minhas responsabilidades absolutamente nulas. Sonho, sonho demais. Não é difícil. E é delicioso.