quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Resoluções de fim de ano

A meta era ter duas postagens por dia. E uma foto. Todo dia. Não atingi a meta, muito menos dobrei a meta. Mas, não é nada, não é nada, já fiz muito mais do que havia feito até então. Foi um ano intenso. Mudanças. Pensamentos. Reflexões. Viagens. Desligamentos. Ligamentos. Novos focos. Novos enquadramentos. Profundidade.

Uma meta muito ousada teve seu efeito:

PostagensLexico

Foi assim com a escrita e, arrisco extrapolar, foi assim também com a vida. Metas muito absurdas que não foram atingidas mas isso, nem de longe, indica um insucesso. Pois caminhei tanto mais do que teria caminhado sem essas metas, e tanto mais do que antes, que cheguei mais longe. Em um único ano muito mais do que nos anos anteriores. Tantas histórias. Tantas coisas. E só por esta mania de ser diferente, nada de resoluções de ano novo. Vou para resoluções de fim de ano.

Resolvo que este ano que passou ganha um lugar especial em minha memória. Em minha história. Resolvo que as boas portas serão exploradas. Resolvo que as portas ruins receberão seus cadeados. Resolvo que as páginas prosseguem. Resolvo que às 23:59 de hoje não escreverei “fim”. Resolvo que termina, apenas, o primeiro capítulo. E resolvo que não hesitarei em escrever os próximos.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Cravo e canela

O escritório com a janela grande. O japonês nerd que só na manhã de natal me pediu para levá-lo à farmácia para comprar as passagens. À farmácia? Pois é, cidade pequena. Ainda tem dessas farmácias que vendem de tudo. Passagens para a capital. Iria com a namorada ao encontro da família. Fiquei ali na noite de natal. Eu e meus pensamentos. Eu e meus sentimentos. De modo que a casa, mesmo que grande, estava cheia. Lotada. Como uma família em que há gente triste, gente feliz, gente velha, gente nova, gente falante e gente emudecida. A viagem para a capital veio só depois. A estrada. O pastel com caldo de cana na kombi do Toninho. A tempestade com enchente e motoboys aninhados sob a cobertura de um posto de combustível. O rio quase a transbordar e a máquina fotográfica ajustada para um ISO elevado tentando enxergar tudo aquilo.
A saudade. Os beijos. As histórias. A tapioca. A voz. Os sussurros. A presença. As risadas. Os olhares. As unhas e os dedos. O cheiro. O calor. O suor. O canto: Meu Bem Querer, Carinhoso, Bem que se Quis...
Tudo tão rápido. De repente um ônibus e mais um avião. Tudo fica longe de novo. Mas tudo fica, de repente, tão perto.