Sinto-me um tanto quanto mal por ser ruim com nomes. Demoro a decorar os nomes das pessoas. Dou aulas há vários anos e normalmente só acerto os nomes dos alunos lendo a lista de chamadas. Patético, eu pensava.
Mas patética, no fundo, é essa coisa de nomes. Em um mundo em que somos todos seres humanos. Em um mundo em que não quero me lembrar de rancores ou sucumbir a favores. Não lembro nomes porque os nomes não importam. Nomes mais feios ou nomes mais bonitos não mudam as paisagens das atitudes. Não mudam a sabedoria expressa pelo que são. Não lembro nomes, mas não é que falhe algo nos neurônios de memória em meu cérebro. Há algo em meu interior, percebi, que deliberadamente não quer prestar atenção ao que não importa. E nomes não importam.