O Tiago acompanhou a secretária até o supermercado. Também, tadinha, tinha machucado o dedinho. Topada forte e bem dada no pé da tábua de passar roupa. Quebrou. Mas o Tiago aproveitou-se da situação: arranjou pra Ana um daqueles carrinhos elétricos, de deficiente, só pra vê-la andando com aquilo por entre as gôndolas e poder rir um pouco.
Lá pelas tantas, amaldiçoou o céu e a Terra por não ter um celular capaz de tirar foto. Imagina, o celular dele não tira foto! Qual é o celular, hoje em dia, que não tira foto? Absurdo, absurdo!
Isso não seria problema. Não pro Tiago, que é altivo, comunicativo e descarado. É só pedir pra alguém tirar a foto e mandar por e-mail, ele pensou.
Aquela senhora?
Aquele moleque?
Aquele rapaz?
Aquele... aquele ali! Jaqueta preta, aparentando uns dezoito, dezenove anos...
- Amigo!
- Hum?
- O seu celular tira foto?
Olhar mal-encarado. Um assassino, parecia um assassino com raiva por a vítima ainda estar respirando!
- Tira, por que?
- É que, é que...
Pobre Tiago. As palavras lhe falhavam. Nunca tinha visto tamanha repulsa da parte de ninguém.
- .. é que eu queria tirar uma foto ali, daí você me mandava por e-mail...
- Não tô a fim! Serião! Num dá.
E saiu andando.
E o Tiago, perplexo...
- Nem todo mundo é como eu, poxa!
quarta-feira, 7 de abril de 2010
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Um comentário:
Tiago fofo!
Eu estava com saudade de ler você.
;-)
Beijos
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