domingo, 18 de dezembro de 2011
Saudade cortando...
Eu queria tanto te ligar agora. Sabe o assunto? Qualquer coisa. Qualquer coisa. Você está aqui do lado e está longe. Um oceano era menos. Éramos mais perto. Agora não há oceano. Poucos quarteirões. Um logo ali. Mas entre duas vidas que divergem de repente há todo um mundo. Nos falamos tão pouco. Você sente saudade? Sente uma saudade desse tamanho todo? Lembro daquela vez que conversamos noite adentro em assuntos desembestados, sem rumo. Sabe o que pensei? Que eu poderia envelhecer ao seu lado e seria um prazer enorme. Tive uma certeza quase cruel de tão inegável sobre a natureza do que sinto. Maldita. Antes fosse mais fácil esquecer você. Parece um erro tão grande, agora, eu tentar esconder o que sinto. Não é mesmo? Mas o que vou fazer, afinal? O que vou fazer se não sou, e sei disso, a pessoa com todos os predicados que você procura? Não tenho o emprego, a formação, o status que você procura. Queria apenas ignorar essas dores todas de te ver partir para ser mais fácil me fazer presente vez ou outra. Continuar mentindo a você sobre nossa amizade. Você ficaria brava se descobrisse essa mentira? Uma mentira de assim tantos anos... Seria perdoável? Seria compreensível? Uma das coisas que você mais odeia é a mentira, não é? E essa? O que dizer dessa mentira?
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