Às vezes é amor demais.
Às vezes é amor de menos.
Essas medidas são estranhas, bem estranhas.
Eu a amei por anos e anos a fio. Amei com o desespero de declarar todos os dias. Depois amei com a coragem suicida do segredo absoluto e eterno. E amei e amei, e os anos nos separararam, e amei e amei. Amei com o desespero de viver uma vida que me levasse embora desse pensamentos que, lá num canto, sozinhos, respiravam vivinhos vivinhos.
E voltamos a nos falar.
E ela me descobriu.
E ela me disse:
- É muito bom estar com você! Enquanto você estiver aí do meu lado, prometo também estar sempre perto!
Será que algum dia vou conseguir explicar pra alguém a revolta que senti? "enquanto você estiver aí do meu lado"... Enquanto o que se sente for do tamanho promíscuo das condicionais, vá à merda! Te amo de longe, sem te esquecer ainda que você me esqueça, e você não tem nada com isso. Me deixe te amar aqui, em paz...
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Materialista
Religion thus makes easy and felicitous what in any case is necessary.
Já faz muito tempo que William James, autor do clássico "The Varieties of Religious Experience" escreveu a frase acima. Não sou profundo conhecedor de suas reflexões. No caos da minha vagabundagem, aliás, não sou profundo conhecedor de nada. O que não me priva do prazer de alguns pensamentos!
Parece que as reflexões de James vão pouco a pouco acentuando o contraste entre a experiência "religiosa" e o restante das atividades humanas, até revelarem facetas do sentimento de transcendência que, embora possam ser atribuídos única e exclusivamente a fenômenos fisiológicos, são ainda assim importantíssimos para o desempenho da máquina-ser-humano como um todo.
Entender as razões que levam à rápida disseminação da fé é entender mais e mais as emoções humanas, nossas carências, nossos dispositivos inatos e sua relação com o ambiente (seja esse ambiente natural ou social). É entender os limites do nosso auto-controle. É entender o quão limitada é a razão no mando de seu próprio substrato.
O poder da coerência do discurso é assombrosamente maior que o poder da razão... Preferimos descrições coerentes de algo prazeroso ainda que falso a evidências fortes de algo constrangedor ou sem apêlo emocional.
E por fim, não que tenha algo muito diretamente a ver com o post, mas pra distrair... ele... Calvin!
Já faz muito tempo que William James, autor do clássico "The Varieties of Religious Experience" escreveu a frase acima. Não sou profundo conhecedor de suas reflexões. No caos da minha vagabundagem, aliás, não sou profundo conhecedor de nada. O que não me priva do prazer de alguns pensamentos!
Parece que as reflexões de James vão pouco a pouco acentuando o contraste entre a experiência "religiosa" e o restante das atividades humanas, até revelarem facetas do sentimento de transcendência que, embora possam ser atribuídos única e exclusivamente a fenômenos fisiológicos, são ainda assim importantíssimos para o desempenho da máquina-ser-humano como um todo.
Entender as razões que levam à rápida disseminação da fé é entender mais e mais as emoções humanas, nossas carências, nossos dispositivos inatos e sua relação com o ambiente (seja esse ambiente natural ou social). É entender os limites do nosso auto-controle. É entender o quão limitada é a razão no mando de seu próprio substrato.
O poder da coerência do discurso é assombrosamente maior que o poder da razão... Preferimos descrições coerentes de algo prazeroso ainda que falso a evidências fortes de algo constrangedor ou sem apêlo emocional.
E por fim, não que tenha algo muito diretamente a ver com o post, mas pra distrair... ele... Calvin!
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