sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Das proporções

Às vezes é amor demais.

Às vezes é amor de menos.

Essas medidas são estranhas, bem estranhas.

Eu a amei por anos e anos a fio. Amei com o desespero de declarar todos os dias. Depois amei com a coragem suicida do segredo absoluto e eterno. E amei e amei, e os anos nos separararam, e amei e amei. Amei com o desespero de viver uma vida que me levasse embora desse pensamentos que, lá num canto, sozinhos, respiravam vivinhos vivinhos.

E voltamos a nos falar.

E ela me descobriu.

E ela me disse:

- É muito bom estar com você! Enquanto você estiver aí do meu lado, prometo também estar sempre perto!

Será que algum dia vou conseguir explicar pra alguém a revolta que senti? "enquanto você estiver aí do meu lado"... Enquanto o que se sente for do tamanho promíscuo das condicionais, vá à merda! Te amo de longe, sem te esquecer ainda que você me esqueça, e você não tem nada com isso. Me deixe te amar aqui, em paz...

Nenhum comentário: