quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Materialista

Religion thus makes easy and felicitous what in any case is necessary.

Já faz muito tempo que William James, autor do clássico "The Varieties of Religious Experience" escreveu a frase acima. Não sou profundo conhecedor de suas reflexões. No caos da minha vagabundagem, aliás, não sou profundo conhecedor de nada. O que não me priva do prazer de alguns pensamentos!

Parece que as reflexões de James vão pouco a pouco acentuando o contraste entre a experiência "religiosa" e o restante das atividades humanas, até revelarem facetas do sentimento de transcendência que, embora possam ser atribuídos única e exclusivamente a fenômenos fisiológicos, são ainda assim importantíssimos para o desempenho da máquina-ser-humano como um todo.

Entender as razões que levam à rápida disseminação da fé é entender mais e mais as emoções humanas, nossas carências, nossos dispositivos inatos e sua relação com o ambiente (seja esse ambiente natural ou social). É entender os limites do nosso auto-controle. É entender o quão limitada é a razão no mando de seu próprio substrato.

O poder da coerência do discurso é assombrosamente maior que o poder da razão... Preferimos descrições coerentes de algo prazeroso ainda que falso a evidências fortes de algo constrangedor ou sem apêlo emocional.

E por fim, não que tenha algo muito diretamente a ver com o post, mas pra distrair... ele... Calvin!

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