segunda-feira, 23 de março de 2009

Entrevista

-Quando o senhor vendeu as fazendas então, não havia mais esse problema?

-Não, não havia mais. Eles já eram crescidos, todos. Também não queriam ir para lá só a lazer, por livre vontade, e a mãe concordava. Então que ficassem na cidade.

-Onde o senhor não aguentou muito tempo.

-Pois é. Voltei para o campo. Eu cresci lá, vivi lá, prosperei lá. Sempre tinha parente indo pra alguma cidade. Cidade grande. Mas o campo me deu muito. Riqueza inclusive. E eu acabei voltando.

-Então isso é mais uma ligação emocional mesmo?

-Ah sim. Mas não sei se posso dizer que foi por isso, pois aí não seria de todo coerente...

-Por ter deixado seus filhos na cidade?

-Sim, pois emotivamente, sinto falta deles também. Meu passado está no campo, mas minha vida são meus filhos, e eles estão longe. Sinto falta deles. De alguma forma senti que eles tinham que viver a vida deles, mas eu não queria que isso fosse longe de mim.

-Mas o senhor está complicando tudo. Temos que decidir logo o que vou fazer da sua alma. Mas nem você sabe se era amor à libedade deles ou egoísmo possessivo com seu passado e suas lembranças...

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