sábado, 28 de maio de 2011

Política

Leio um colunista declaradamente direitista extremo, mas ele em geral tem um texto bom e faz boas observações. Parece, acima de tudo, sóbrio. Mas de repente de excede. O mesmo com aquele esquerdista que era tão prazeroso de ler. O que acontece? A resposta vem sugerida nessas linhas de um saudoso historiador:

"uma amiga conta a outra sobre o homem que conheceu, e imediatamente é questionada: 'ele é alto ou baixo?' As chances são altíssimas a favor de que ele não seja nem baixo nem alto. Na média, ele terá uma altura mediana. Mas nos interessa mais esse contraste dos extremos. Nossa mente tem essa teimosa tendência de pender as classificações para os extremos."

É por isso que um belo dia um comentarista muito ponderado vai olhar um novo fato político e vai declarar que é interesse financeiro da classe elevada, ou que é manobra dos petralhas esquerdistas, ou que é manutenção do status de dominância de sei lá quem. Quando a realidade costuma ser muito menos cinematográfica que essas conspirações faraônicas. Na média, a realidade é medíocre.

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