segunda-feira, 16 de maio de 2011
Travesseiro
Ele acorda no meio da noite revirado da asia. Estômago lhe apertando o ventre sobre si mesmo. Anda até a cozinha chutando pedaços duros da escuridão. Escada, cadeira, mesa, pia, armário, um copo... Um copo com água. Mistura com aspirina, com segredos, com confissões e com imaginações. Toma tudo de uma vez. Um gole só. Ele volta pra cama. Dorme visões de vidas sem conflitos. E no sonho ele caminha por uma rua larga. Calçada cheia de gente. Pequena multidão. No meio da multidão, dá de frente consigo mesmo, um clone de si vindo na direção oposta. Olham-se nos olhos. Desviam-se. Seguem em direções opostas. E nunca saem dali.
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