quarta-feira, 20 de junho de 2012
Dia seguinte
Tenho medo da minha própria imprevisibilidade. Quando os assuntos dizem respeito somente a mim, não me importo. Mas quando envolve outras pessoas, tenho medo. Medo de não amar. Ou de deixar de amar. Medo de criar mais esperanças do que posso corresponder. Esperanças. É disso que são feitos os sonhos. Esperenças. Buscamos mais esperanças do que alegrias. O direito de sonhar. O direito de sonhar vale mais do que a realização dos sonhos. Mas eu não consigo deixar os sonhos correrem livres quando desconfio que não poderei concretizá-los nunca. Às vezes penso que sou inaceitavelmente honesto comgio mesmo.
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sexta-feira, 8 de junho de 2012
Duas e trinta e cinco da manhã
Como a gente reinventa o mundo para falar de tudo o que sabe sem se comprometer por escancarar a vida alheia? Melhor nem ligar para isso, não é?
Ou então eu falo só da minha vida e está tudo certo. Mas ficar dando voltas nos mesmos assuntos não é uma boa e é sempre isso o que eu faço. Dia após dia, tenho pensado no mesmo trágido amor irrealizado. Tenho considerado outras possibilidades de vida e pensado que me aproximo de idades onde tudo é mais e mais irreversível. E por que será que minha profissão é esta e nenhum outra? Errei por não ter escolhido outra coisa, ou erro agora por não encontrar um modo de ser feliz onde estou? Ou, ainda mais, erro por não encontrar um jeito de canalizar minha inqueitude de modo a inflamar mudanças produtivas? Foda-se.
domingo, 3 de junho de 2012
Ah, chega!
Tem muito artista que, posando de politizado, no fim só está enchendo o saco. Artista? Não sei, errei no termo. Ficar expondo uma pretensa alta cultura nos meios de massa atuais, Facebook, Twitter, o blog, o raio que o parta... Postando links para filmes, youtube disso e daquilo, curtindo essa porra ou aquela... Você é artista? Você é culto? Então crie, aprecie, mergulhe. Não seja uma merda de um simples nó da corrente, passando as coisas de um lado a outro. Bagunce o mundo você mesmo. Comente alguma coisa sempre que compartilhar algo. Insira sua marca. Investigue as suas verdades.
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sexta-feira, 1 de junho de 2012
Metas
Sem poesia, o que eu faço? Sem imaginários livres, sem sonhos descabidos? Eu não sei me definir por objetivos. Objetivos são estágios intermediários mas o destino final de cada instante só pode ser uma inutilidade. Uma inutilidade absoluta. Não há outro sentido. As leituras, os cálculos, as fotografias, as conversas, as caminhadas, os relatórios, os cafés. Risos e olhares. O colapso do tempo na implosão de todas as preocupações. Um segundo de discontração.
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