É que o tempo da noite, deslisando sobre o sono, corre mais rápido.
É que a urgência do amor, transpirando saudades, morde mais forte.
Yara andou por entre postes e calçadas ignorando o medo da escuridão e dos escuros, medos esses sempre tão seus, tão incontornáveis.
Não avisou a mãe. Não pediu ao pai. Não acordou o cachorro.
Chinelos. Frio. Passos firmes.
Algumas poucas considerações lógicas pulsavam em sua mente, reféns de mil emoções explosivas.
Chegou em frente à casa. Era o quarto da frente, a janela de cima.
- Ei, ei! - murmurou alto, para ele ouvir.
A incredulidade abriu a janela.
- Eu vou! Amanhã eu vou sim! Espere lá na rodoviária, que eu vou sim!
E voltou para casa. Sem acordar o cachorro, o pai, a mãe ou o vizinho. E sem conseguir fazer dormir suas imaginações mais ousadas.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
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