quarta-feira, 11 de junho de 2014

Torneios invisíveis

Os países vão se enfrentar. Todos estarão assistindo.

Mas quando os egos se enfrentam, quem está assistindo, quem está torcendo?

Quando a bola no pé da lugar à metralhadora na mão, onde está a mídia, a opinião púbica, as torcidas?

Ensaiamos um despertar de consciência política ano passado. Estávamos nas ruas, mostramos para a polícia que a tentativa de silenciar uma centena de pobres coitados pode colocar dois milhões de jovens, velhos, adultos, trabalhadores de todas as espécies nas ruas de São Paulo. Mas não entendemos bem o porque de tudo aquilo. A história dos vinte centavos. Vinte centavos sim, importantes para muita gente. O desdém de tantos que falam "só vinte centavos" é o maior testemunho dos abismo de realidades entre as gentes desta cidade. Mas de lá pra cá...

Tinhamos marcado um gol. Um gol inesperado, no início do jogo, daqueles em que o goleiro nada pode fazer. O outro time não joga um futebol bonito. Mas é bem preparado e mais organizado. A TV. O governo. Os discursos. Fomos convencidos por imagens bem selecionadas de que nas manifestações só há vândalos. Fomos convencidos de que todos os problemas possíveis são culpa exclusiva de um único partido, mesmo vendo aquele outro receber acusações das mais graves, sofrer flagrandes gritantes de transporte de drogas a casos de propinas milionárias.

Acontece. Todo jogo tem disso. De repente um dos times dá uma tropeçada e é cartão vermelho. O outro, de repente, pode sair literalmente quebrando as pernas dos adversários que nada lhe acontecerá. Tiro de meta.

Vai ver é isso. Vamos ficar no futebol, que de futebol a gente entende.

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