quinta-feira, 15 de maio de 2008
Onda
Pés na areia áspera. Úmida. Meus pés. Pelo princípio da incerteza, eu talvez não estivesse ali. Ou talvez estivesse mais rápido. Ou talvez estivesse pensando em outra coisa. Mas o Heinsenberg não entende nada da minha vida, então é melhor que não se meta a palpitar. Olhei pro horizonte: fato. Ao olhar para trás, a névoa noturna já havia engolido qualquer resquício de luz da cidade mais próxima. Adiante, apenas os contornos mal definidos dos morros que iniciam a grande reserva florestal dali adiante. Deitei na areia. Frio nas costas. Areia no cabelo. Barulho das ondas, vento, céu estrela e nuvens. Ouvi uma sombra se aproximando na areia. Outra pessoa andava ali. Passou. Nos olhamos sem que os rostos se vissem. Sem que os olhos se achassem. E ainda assim nos sabíamos invadindo mundos alheios de uma forma muito mais violenta e íntima do que jamais havíamos experimentado. Continuou andando e foi embora.
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Um comentário:
Sabe o que eu acho? Acho que todo mundo já devia ter feito isso, porque eu já fiz! E por vezes saiu mesmo a caminhar na chuva... relaxa...
Espero que tenhas ligado para a amiga que sente saudade...
Bom saber que o pouco que escrevo também chega a outras paragens... Desde então passarás a fazer parte de meus favoritos... É bom dividir com aqueles que escrevem...
Desejo-te um bom fim de noite.
;)
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