quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Sempre lá
Já deixei rosas na porta da casa, no meio da noite. Já fiz cartões e deixei de surpresa nas coisas da amada. No armário da faculdade. Na bolsa. Já escrevi cartas apaixonadas. Já dei beijos cinematográficos na frente de muitos. De amigos. E de desconhecidos também. Mas isso, nunca achei que chegaria a um extremo tão grande. E nunca achei que seria tão difícil. E nunca tão pesado, indiluível... Alguém aí, por uma espécie de amor maior, já experimentou enterrar dentro de si um grande amor em segredo eterno?
domingo, 21 de novembro de 2010
Sons
Hoje ouvi talvez 25 versões diferentes de Misty. Instrumentais, cantadas... É possível se apaixonar por uma música?
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Considerações jogadas
sábado, 20 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
Claustrofobia
Vou falar da poeira que se acumula no chão do meu quarto. Vou falar da rachadura que vi na parede do prédio. Vou falar da unha do pé que me incomoda. Vou falar de como é impossível desamassar papel. Vou virar as costas pra poesia. Vou desistir de perceber coisas que tocam o coração. Até que esqueçam de mim. A atenção é esse tipo de lenha que faz queimar uma chama narcisística dentro de cada um. Impossível ser diferente. Modéstia é um sobretudo que aquece o eu narcisístico e o esconde, não é o contrário. Esqueçam de mim e me deixem escrever em paz. Me deixem ser quem sou, nú de minhas censuras de mim. Despido de minha sede de olhares. Não quero escrever olhando para meu futuro de afetos. Não quero escrever por excesso de carência do mundo. Quero escrever para me livrar do mundo. Para tirá-lo de mim. Quero escrever pra olhar pra fora com a lanterna acesa. Não olhem pra mim, não quero cegá-los. Olhem pra fora, na direção que ilumino, e me deixem em paz. Vou falar da sujeira de pneu velho.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Corporativo
- Onde estão os relatórios? Eram pra ontem e ainda não estão prontos!
- Você pode terminar de formatar estas tabelas?
- Você não vai aparecer pra ajudar na construção? Estamos contando com você!
- Quem fizer parte da equipe mesmo, é bom se manifestar! Não vamos pegar ninguém pela mãozinha!
Ótimo, ótimo, ótimo! Deixem minha mãozinha em paz. Me deixem sumir. Não, não faço parte da equipe! Faço parte da minha equipe só. Só falta definir qual é o negócio dessa empresa de um. Quanto custa uma mochila? Quantos caminhoneiros por aí ainda dariam carona a um errante desencontrado de si? Vou conhecer o Brasil. A América do Sul. Do Norte. A Ásia. A Europa. A África. E se pá ainda arranjo uma carona de algum jeito pra Oceania. Austrália. Nova Zelância. Vou subir numa árvore alta em algum canto esquecido da Polinésia. Uma Palmeira, quem sabe. E lá em cima eu vou abrir uma bússola. Voltar-me em direção a São Paulo e gritar:
- Não tenho a menor idéia de onde estão os relatórios! E não estou neeeemmm aííííííí!
Creio que dará uma relaxada e tanto.
Alguém vai comigo? Com mais gente, poderíamos não só gritar, mas fazer um coral, quem sabe dividir a frase toda em várias vozes, alternar os timbres e fazer uma dança de acordes displicentes olhando pro leste. Mal posso esperar!
- Você pode terminar de formatar estas tabelas?
- Você não vai aparecer pra ajudar na construção? Estamos contando com você!
- Quem fizer parte da equipe mesmo, é bom se manifestar! Não vamos pegar ninguém pela mãozinha!
Ótimo, ótimo, ótimo! Deixem minha mãozinha em paz. Me deixem sumir. Não, não faço parte da equipe! Faço parte da minha equipe só. Só falta definir qual é o negócio dessa empresa de um. Quanto custa uma mochila? Quantos caminhoneiros por aí ainda dariam carona a um errante desencontrado de si? Vou conhecer o Brasil. A América do Sul. Do Norte. A Ásia. A Europa. A África. E se pá ainda arranjo uma carona de algum jeito pra Oceania. Austrália. Nova Zelância. Vou subir numa árvore alta em algum canto esquecido da Polinésia. Uma Palmeira, quem sabe. E lá em cima eu vou abrir uma bússola. Voltar-me em direção a São Paulo e gritar:
- Não tenho a menor idéia de onde estão os relatórios! E não estou neeeemmm aííííííí!
Creio que dará uma relaxada e tanto.
Alguém vai comigo? Com mais gente, poderíamos não só gritar, mas fazer um coral, quem sabe dividir a frase toda em várias vozes, alternar os timbres e fazer uma dança de acordes displicentes olhando pro leste. Mal posso esperar!
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sábado, 6 de novembro de 2010
Brick
É que eu mergulho num imaginário
E sair é ver que as coisas só são
E eu gosto da agonia da falta de ar
Que dá essa urgência de um novo acontecer
Mas se algo acontece
Mas se a urgência é apaziguada
Pra onde vai minha agonia?
Quero afundar de novo
Não é melancolia
Não é tristeza
Ao contrário
É urgência de que a vida seja insolúvel
Pra que eu imagine não uma,
Mas duas mil soluções diferentes
A cada dia
E que nenhuma solução imaginada
Me prive do prazer de imaginar uma nova
Gosto da vida que é
E de inventar vidas que não são
E de esquecer irresponsavelmente
Se sou eu vivendo minha vida
Se sou eu vivendo minhas imaginações
Se sou eu imaginando minha vida
Se, quem sabe, não é tudo só
Um eu estranho imaginando que é só imaginação
E sair é ver que as coisas só são
E eu gosto da agonia da falta de ar
Que dá essa urgência de um novo acontecer
Mas se algo acontece
Mas se a urgência é apaziguada
Pra onde vai minha agonia?
Quero afundar de novo
Não é melancolia
Não é tristeza
Ao contrário
É urgência de que a vida seja insolúvel
Pra que eu imagine não uma,
Mas duas mil soluções diferentes
A cada dia
E que nenhuma solução imaginada
Me prive do prazer de imaginar uma nova
Gosto da vida que é
E de inventar vidas que não são
E de esquecer irresponsavelmente
Se sou eu vivendo minha vida
Se sou eu vivendo minhas imaginações
Se sou eu imaginando minha vida
Se, quem sabe, não é tudo só
Um eu estranho imaginando que é só imaginação
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
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