domingo, 18 de março de 2012

Das distâncias

Eu a conheci de forma totalmente inesperada. E fiz o que nunca havia feito antes... Depois de conversar um pouco no metrô, a caminho de casa, e esperar o ônibus com ela, na hora de dizer tchau a beijei. Beijo roubado. Eu não poderia deixar de fazer isso. Eu me sentia feliz. Eu me sentia feliz como não lembrava mais ser possível. Minha solidão profunda daqueles dias quase surreais havia se diluído naqueles olhares cheios de sorrisos, naquela vontade de rir de todas minhas infinitas idiotices ditas à toa. Ela entrou no ônibus e eu entrei em crise. Uma ótima nova amizade que se apresenta, e botei tudo a perder. Depois dessa atitude idiota, não vai mais falar comigo.

Mas falou comigo. E viajamos juntos. E nos beijamos algumas vezes. E dormimos juntos. E ela se encaixava tão perfeitamente no meu abraço. I could stay awake just to hear you breathing. Efetivamente, meu sono vinha uma ou duas horas após o sono dela. Fiquei idiota? Eu admirava a paz infantil do sonho dela. E ficava sem acreditar na ergonomia perfeita daquele corpo doce sobre meu braço esquerdo - quem quer que já tenha dormido abraçado a um par sabe das dificuldades que tenho em mente aqui. Era confortável estar perto dela, não só pela minha alegria exagerada, mas havia um conforto físico também.

Por onde ela anda agora?

Sente saudades?

O que importa, realmente, responder essas coisas?

Há distâncias na vida que a gente não controla. Mas, sendo honesto, esses ventos que a levaram são os mesmos que a trouxeram, e só posso ser grato.

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