terça-feira, 26 de março de 2013

Garupa

Ela, justamente ela, ele nunca levava de moto. Já aconteceu sim uma carona ou outra, mas evitava ao máximo. Gostava de levar pessoas na garupa e certamente gostaria de levá-la. Ser abraçado por ela. Estar perto dela. Mas não queria correr o risco. E se, bem com ela, algum acidente acontecesse? E se ela se machucasse? Ele não poderia viver tranquilo nunca mais. Não tinha estrutura para isso. Arranjava sempre uma desculpa. Esqueci o capacete. Estou com a mochila, não há espaço. Ela queria andar um pouco de moto com ele, gostava da aventura e gostava do amigo. Mas ele a queria por perto o tempo todo e nunca soube como lidar com o gigantismo desse desespero.

Um comentário:

Flávia Ferraz disse...

Às vezes o "gigantismo de um desespero" não passa de um gatinho lambendo nosso pé...

(Saudades, Leblon...)