domingo, 19 de agosto de 2018

Curto circuito

Eu não acredito nesse papinho barato de exotéricos exóticos místicistas que saem por aí falando de "energia". Energia positiva dali, negativa de lá... Eles não sabem calcular a energia cinética de uma pedra movendo-se a um metro por segundo e muitas vezes, nem mesmo, avaliar corretamente uma conta de luz. Pergunte a eles o que é um "quilowatt-hora"... Então, sem nem precisar discutir a viabilidade filosófica de algum conceito de realidade exótica, posso dispensá-los pura e simplesmente por estarem fazendo um péssimo uso do vocabulário disponível.

Mas embora a fenomenologia que professam esteja errada, devo admitir que ao menos alguns dos fenômenos que buscam explicar de fato ocorrem. Dizem esses místicos que há pessoas por aí que sugam nossa energia. Não, não há pessoas que sugam nossa energia. Mas há, de fato, pessoas que colaboram para que nosso ânimo se esvaia. Há todas as combinações possíveis... Duas pessoas podem fazer um bem danado uma a outra. Qualquer uma delas pode se sentir ótima com o relacionamento que têm ao passo que à outra este é extremamente danoso. E pode ocorrer também que a ambas nada de bom se manifeste.

Duas possibilidades são muito boas: pessoas que se fazem muito bem e pessoas que, mutuamente, se fazem muito mal. Sim, este último caso também é bom, pois em pouco tempo ambos reconhecerão que não há que se misturarem e pronto, problema resolvido, mutuo acordo, sem traumas. Mas duas combinações são potencialmente catastróficas... Sim, pois quando uma pessoa faz um mal danado a outra, mas essa outra faz um bem danado à primeira, tem-se uma forte assimetria que induz uma espécie de instabilidade dinâmica: se a coisa toda já era ruim inicialmente, tende com o tempo só a agravar-se.

Não preciso apelar a energia negativa, vibrações do astral ou sei lá mais o quê. Esse fenômeno do transfluxo de ânimos deve de alguma forma assentar-se sobre explicações físico-psicológicas que não impliquem em abalo nenhum à ciência moderna. Mas fica a conclusão de que devemos reconhecer o que uma pessoa recém-conhecida é pra gente para que possamos administrar tudo da melhor forma possível.

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