quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Freud

Ela tinha pernas deliciosas. Não que estivessem completamente à mostra, ou muito menos que eu já as tivesse experimentado. Mas era visível, era notável, óbvio, impossível deixar passar. Deliciosas. Aquele vestido azul de tecido fino e leve descia até pouco abaixo das nádegas. E as nádegas estavam a uns meros centímetros do meu rosto, quase nada abaixo da minha linha de visada. Como não olhar? A escada rolante é uma invenção dos homens, uma criação do sexo masculino. Essa obra prima da tecnologia moderna veio ao mundo mitigar o risco de tropeções indevidos enquanto investimos toda nossa atenção aonde ela deve estar: na gostosa mais próxima.

Não resisti. Resolvi morder. Mordi.

De repente estava num jardim meio abandonado. Pessoas conversavam comigo, queriam saber se deveriam carregar as coisas até a garagem ou deixá-las ali no terraço. Eu estava com frio...

De repente o sol queimava meus olhos. Na boca, um gosto horrível. Olhei para o lado e de repente meu corpo todo sentia o gelo do piso do quarto. Cadê ela?

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