sábado, 20 de junho de 2015

Política

As mesas de plástico já estavam cheias de copos vazios. Pratos com guardanapos sujos. Espetinhos de madeira jogados displicentemente, já sem carne. Talvez fosse o álcool da cerveja, talvez fosse só sinceridade mesmo. Talvez fosse algo em sua vida que estivesse errado, profundamente errado, e a raiva era descontada em mim. Dane-se a razão precisa, só sei que a raiva era descontada em mim. Eu mostrei um aplicativo de notícias, em que eu podia ver em tempo real até mesmo as notícias da França ou da China. E ele era áspero "e daí? Vai sair com guarda chuva se tiver chovendo na França?". Era o dia perfeito para começar uma briga. Minha mão fechada encontrando o nariz dele. As pessoas correndo para nos separar quando já seria tarde demais. Um pé contra meu estômago. Talvez contra meus dentes. A violência dessa imaginação me acalmou. Não por completo, mas o suficiente para eu deixá-lo sendo um idiota sozinho.

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