quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Oceanos

”Não entendo as pessoas que vão todas como gado ver esses filmes da moda. Ou as músicas da moda. E nem sabem o que estão ouvindo. Escutam a ZAZ cantando a música que fala do SOS, a garrafa jogada ao mar, e pensam que é coisa dela. Não é. Os artistas dizem que é uma "homenagem". Só se for uma homenagem à incapacidade deles de criar coisas novas. Não sei o que acontece na nossa época. Temos recursos infinitos para a criatividade e uma criatividade infinitamente morta. Eu gosto dos cinemas pequenos. Dos filmes e músicas antigos. Aqui está, tome. Uma lista de cantores que gosto. Não conte a mais ninguém que eu te dei essa lista. Vão me matar. São, para os outros, um monte de coisas velhas e ultrapassadas. Para mim é o que ainda presta. Porque foi feito com coração livre em uma época em que a criatividade existia. De atual gosto só das músicas idiotas. As paródias, sátiras, bem estúpidas. São felizes e são livres também. Não acho que precisamos ser eruditos o tempo todo. Essa arrogância é estupidez. A vida precisa de alegria e a alegria, quando é um valor em si, não se importa de ser erudita ou boba. Que seja boba, então. Acordo cantando essas paródias imbecis. E sigo feliz olhando um mundo que se pretende sério e culto mas que não é mais livre. Não que todos devam pensar como eu. Mas seguem todos uma mesma maré. Somos correntezas diferentes. Mares diferentes.”

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