Chegou a hora de voltar para casa. E eu sabia que a casa não estaria mais lá.
As paredes, eu encontraria.
O telhado, eu encontraria.
A calçada com seus conhecidos desníveis, eu encontraria.
A padaria estaria no mesmo lugar.
Mas não era mais minha casa.
Não era mais o lugar em que eu contaria os minutos para te ver.
Não era mais o lugar em que eu escreveria poemas para você.
Não era mais o lugar em que eu sonharia passeios com teus sorrisos.
Não era mais o lugar em que eu aprenderia músicas para seus ouvidos.
E pensei: por que voltar?
Por que voltar se a volta, por fim, é impossível?
Aprendo assim, a tropeços, que a vida não tem volta.
Hora de olhar para frente. Descobrir o que nasce dessa penumbra estranha.
Dessa espeça dor em que você me mergulhou.
Hora de aprender novos sonhos.
Hora de plantar novas dores.
Mais um passo. E outro. E outro.
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
Sem volta
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