segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Efeitos e meios

Ah, quantos protestos bobos pelo meu expresso ateísmo! Me deixem, me deixem, e pensem por um minuto...

O que lhes causa indignação nessa discussão sobre Deus é antes a vontade que repousa no coração de vocês de que Ele exista mesmo do que qualquer evidência irrefutável e incontestável de alguma manifestação.

E quanto ao bem estar ao rezar? E quanto à curas milagrosas de pessoas que têm fé?

Então vamos esclarecer uma coisa: uma coisa é caracterizar um determinado EFEITO no mundo natural. Outra coisa é ponderar sobre os mecanismos e a natureza subjacente da realidade que foram responsáveis pela ocorrência desse efeito.

Pessoas com fé recuperam-se melhor. Têm uma vida melhor. Claro, estamos considerando aqui as pessoas simpáticas que têm suas vidinhas tranqüilas e tal, não religiosos fundamentalistas que se explodem ou guerreiam com outras religiões. Enfim.

E daí? O cara acredita em Deus e se recupera mais rápido, logo Deus existe? Negativo! O que isso prova é o efeito benéfico DA CRENÇA em Deus, não a existência de Deus em si. Um ateu com uma postura positiva com relação à vida certamente experimentará efeitos benéficos também.

Além disso, pessoas religiosas tendem a viver em ambientes gregários dinâmicos. Reuniões na igreja, etc etc... Ora, a qual ser humano o convívio social faz mal?

É preciso distinguir claramente, nos efeitos observados, os limites das extrapolações que se pode fazer ao tentar explicar suas naturezas.

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