quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Exorcismo

Sai, saia daqui! Saia de dentro de mim!

Preciso tirar esse demônio de mim. Esses demônios todos. Essa confraria do mal. Esse inferno inteiro do meu íntimo preciso tirar agora imediatamente.

E esse demônio sou eu.

Preciso deixar de ser outro a cada pequeno depois.

Preciso deixar de lembrar das coisas erradas.

Preciso deixar de precisar dessas necessidades que corroem.

Desejos diferentes, sonhos, sabores. Meu paladar muda a toda hora. Já experimentou isso? Já leu Shakespeare e Paulo Coelho na mesma noite e ficou em dúvida sobre quem seria genial? Já ouviu a suíte para cellos de Vivaldi e depois arrematou com um bom e adequado Zezé di Camargo & Luciano? Nem eu cheguei a tanto, mas hipérboles me divertem num sarcasmo de sorriso largo.

Que nojo de mim. Que podre. Quero o casamento eterno e apaixonado. Quero a putaria porca e imunda dos relacionamentos despurodados de segundos.

Quero todas as vidas. E nenhuma dessas é minha vida.

Preciso tirar esse demônio de mim.

E depois experimentar demônios diferentes. Porque é incorrigível. Porque não vou achar graça em corrigir.

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