sábado, 9 de novembro de 2019

Wild

Tô nem aí pra solução dos problemas do mundo. De que adianta? Talvez eu não seja competente. Mas, talvez, mais que isso, resolver os problemas do mundo não seja algo pra quem quer resolver os problemas do mundo. Talvez, considerando toda a sociologia, faz algo de útil aquela pessoa cuja vida a leva a fazer algo de útil. É, sem muito livre-arbítrio. Tudo bem, o Obama trilhou o caminho dele com muita garra, bla bla blá, mas ele tinha fibra pra isso e isso vinha de algum lugar, né? Eu não tenho. Eu sou feliz assim, quieto. Eu fico aqui, escrevo. Ando pelas ruas, converso com as pessoas, vejo confusão e corro. Corro pra um lugar onde eu possa ficar tranquilo, ler meus livros, conversar com pessoas legais, ouvir minhas músicas. Faço muito pela humanidade cuidando para que eu seja feliz. E para que aqueles ao meu redor sejam felizes. Que parece pouco, que parece um desleixo, mas que, se feito por todos, resolveria tudo, não é? E quanto a escrever, não quero um épico. Não quero a obra final. Gosto do som que os dedos fazem ao bater nas teclas, então continuo batendo nas teclas. Nada mais. Precisa de mais conteúdo? Gosto do desenho das letras aparecendo na tela. Então escrevo e as letras vão aparecendo na tela. E quando leio, gosto dos pensamentos ecoando dentro da minha cabeça. Então leio, sobre o que for. Sexo, política, ciência, sociologia, romances, mistérios, dramas, investigações policiais. Não importa, importa? Importa é sentir o peso de um livro nas mãos. Importa é ter a sensação de que quem escreveu estava fazendo algo de que gostava, até que se fique quase que com inveja, morrendo de vontade de se sentir assim também, entende? Percebe que estou feliz? E que, por mim, que se dane o resto do mundo?

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