quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Vários anos

Fui sempre assim. Escrevi cartas para surpresar um pedaço da tarde. Deixei rosas em copos d'água para acordá-la mais feliz. Amei de várias formas bobas e desesperadas. Atenção, atenção sem fim. Do que precisasse teria de mim.

- Eu acho que você é um pouco egoísta. E você não se permite viver suas felicidades. Me preocupo com você. Com você ter uma velhice feliz, sabe... Não é bom a gente se fugir tanto assim das alegrias!

Quem diria que um dia eu ouviria isso de uma namorada?

- Você está há muito tempo sem escrever no blog, amigo!

Eu, sem escrever há muito tempo? Ah, sim... É que eu tenho outros blogs. É que eu tenho outros eus. Custa ser um outro esse preço de não amar. E ainda assim, sou mal sucedido, não consegui de tudo. Lembranças me alcançam em abraços demorados de sonhos que simplesmente não são. E insistem em sonhar apoiados num vazio que derruba meus pensamentos com mais frequencia do que gostaria.

Sou péssimo em esquecer.

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