quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Colapso

O som era alto, o ambiente um tanto quanto tomado pela fumaça. A conversa ia caminhando por meandros estranhos, trazendo à tona tudo o que já era sabido de todos (quase todos), mas ainda assim produzindo um enorme constrangimento. De ambos os lados.

Ao constrangimento, reagiam: riam. Ridicularizavam o que eram constrangedor. Ignoravam o que mais lhes era próprio.

Beijaram-se, olharam-se nos olhos. Abraçaram-se. Sentiram uns aos outros.

Não houve amor. Houve apenas desse sentimento que chateia a saudade e que corrói a imaginação.

E estavam felizes: havia um pretexto para, naqueles instantes, não se pensar em felicidade.

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