E se você preferisse não acordar? E se sonhar fosse tão bom que não valesse a pena arriscar o dia seguinte?
E se todos os seres nascidos quisessem voltar até antes de nascer?
E se ficar na cama fosse tão mais acolhedor que qualquer coisa que não houvesse porque levantar?
É medo ou é preguiça?
É incompetência ou é inconstância?
Eu não sei, eu não sei...
Eu sentei numa pedra alta, sobre a montanha. Olhei longe no horizonte. Como havia feito há mais de uma década.
Onde estariam todos agora?
No longe todos eram um homogêneo cimento e concreto na cidade.
E se sonhar fosse em si tão bom que não valesse a pena acodar?
Peguei meu celular. O número estava ainda gravado na agenda. Vinte e oito anos e eu nunca telefonei. Nunca. Era só agora apagar o número, e cortar essa possibilidade de sonhar diretamente na raíz.
Não consegui apagar o número. Joguei o telefone longe, tão longe quanto pude, colina abaixo. Quem sabe eu não o encontre e consiga telefonar? É só um sonho meio impossível... me deixem sonhar...
domingo, 10 de agosto de 2008
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