sábado, 30 de agosto de 2008

Inquiry

Criei minha mente com cuidado, com muito sofrimento. Não era fácil, quando ela era pequena, encontrar tudo o que era necessário. Não fui um pai perfeito, mas fiz o melhor que pude, com sacrifício.

Mas minha mente cresceu, ganhou vida, e eu deveria me preparar para o momento em que ela partiria sozinha em direção do mundo. Assim é criar... Preparar-se para libertar.

Agora ganhou essa vida própria. Anda por aí vendo, olhando, fazendo perguntas... Todas as perguntas. As perguntas que não devem ser feitas. As perguntas erradas. Aí no meio saem as certas também. Mas são muitas perguntas. Muitas perguntas. As perguntas certas e as erradas, as erradas e as certas.

Mas ela é jovem ainda, acabou de sair no mundo. Não entende que há coisas que são. São e ponto. São e daí nada mais importa. São e estão feitas.

Vai aprender um dia, mas não agora, não mais de minhas mãos, de minha voz. Não escuta mais, agora, deslumbrada com esse mundo das perguntas todas por serem feitas. Há perguntas que não se visitam. E isso é mais que etiqueta, é prudência. Às vezes, não perguntar é até sabedoria.

Ahh, é o Tempo aí fazendo mais dos seus mistérios sempre prontos.

2 comentários:

Bianca Feijó disse...

Um dia nos partimos também, é assim com humanos e animais, como se fosse o sentido da vida...

E você soube fazer disso um belo texto.

B.E.I.J.O.S

Paula Oliveira disse...

um dia sempre acaba-se aprendendo, seja errando, seja vendo erros de outros... aprende-se também com o silêncio, é quando se percebe q as coisas apenas são e ponto, é quando se percebe que realmente há momentos em que perguntas são desnecessárias, aprende-se que às vezes não perguntar é mesmo sabedoria.