Não é que ela era bonita pra caramba?! Eu tava no cursinho de uns amigos meus, e ela passou lá na secretaria. Tinha umas papeladas pra ver, sei lá eu. Eu fiquei olhando... Dessas que tu olha e fala logo "num é pra mim não, puta merda!". Pior que a danada era bem arrumada sabe, enfeites, cabelo ajeitado, roupa escolhida com cuidado... Homem fala que é frescura, mas dá um tesão da porra ver uma mulher bem produzida, especialmente se ela já era potável sem badulaque nenhum.
Ela devia ser importante, sabe... Sentou lá nas mesinhas da lanchonete e tirou um desses telefones celulares novos que parecem computador de Jornada nas Estrelas ou sei lá, com uma tela grande e um tecladinho estranho. Ou ela era importante ou riquinha, fresca e fútil. Mas, bonita daquele jeito, não ousei botar defeito não... Era importante mesmo. Eu num aguentei não. Fui lá e sentei perto dela. Tirei meu caderninho de folhas rasgadas e minha caneta Bic toda mordida do bolso, e comecei a escrever... Escrevia e fazia caras de conclusões, de interrogação... Até que ela reparou em mim e eu lá fingindo estar mergulhado naquelas pequenas páginas velhas... Quando ela tentava voltar a se concentrar no seu brinquedinho digital era hora certa pra falar alguma coisa...
- Puxa... o seu caderninho é bem mais legal que o meu, hein?!, falei em tom de caipirismo simpático
- É mesmo, mas pelo menos você nunca vai ter problema de bateria, né?
- Ah é, isso é verdade! A bateria do meu caderninho duuuura um tempão que eu nem sei! Mas ó... se você abrir algum joguinho aí só pra fazer inveja, vou ficar chateado, viu!
Pronto. Sorrisos e olhares. Éramos recém-amigos. Conversamos umas duas horas. Viagens, livros, lugares, piadas, músicas. E ela falou sobre o namorado. E ela falava olhando para meu rosto. Para meus olhos, para minha boca. E eu fazia o mesmo. E éramos pessoas cheias de princípios, éticas e corretas, exemplares. Nos anunciávamos para ter a certeza de que merecíamos um ao outro. E eu contei detalhes de meus falecidos amores eternos. E foi assim que juntamos material suficiente para termos certeza que éramos gente de bem, pessoas íntegras que querem algo sério da vida. Era a burocracia que precisávamos para justificar aos nossos inconscientes chatos e impertinentes a viabilidade de uma breve aventura...
Ela devia ser importante, sabe... Sentou lá nas mesinhas da lanchonete e tirou um desses telefones celulares novos que parecem computador de Jornada nas Estrelas ou sei lá, com uma tela grande e um tecladinho estranho. Ou ela era importante ou riquinha, fresca e fútil. Mas, bonita daquele jeito, não ousei botar defeito não... Era importante mesmo. Eu num aguentei não. Fui lá e sentei perto dela. Tirei meu caderninho de folhas rasgadas e minha caneta Bic toda mordida do bolso, e comecei a escrever... Escrevia e fazia caras de conclusões, de interrogação... Até que ela reparou em mim e eu lá fingindo estar mergulhado naquelas pequenas páginas velhas... Quando ela tentava voltar a se concentrar no seu brinquedinho digital era hora certa pra falar alguma coisa...
- Puxa... o seu caderninho é bem mais legal que o meu, hein?!, falei em tom de caipirismo simpático
- É mesmo, mas pelo menos você nunca vai ter problema de bateria, né?
- Ah é, isso é verdade! A bateria do meu caderninho duuuura um tempão que eu nem sei! Mas ó... se você abrir algum joguinho aí só pra fazer inveja, vou ficar chateado, viu!
Pronto. Sorrisos e olhares. Éramos recém-amigos. Conversamos umas duas horas. Viagens, livros, lugares, piadas, músicas. E ela falou sobre o namorado. E ela falava olhando para meu rosto. Para meus olhos, para minha boca. E eu fazia o mesmo. E éramos pessoas cheias de princípios, éticas e corretas, exemplares. Nos anunciávamos para ter a certeza de que merecíamos um ao outro. E eu contei detalhes de meus falecidos amores eternos. E foi assim que juntamos material suficiente para termos certeza que éramos gente de bem, pessoas íntegras que querem algo sério da vida. Era a burocracia que precisávamos para justificar aos nossos inconscientes chatos e impertinentes a viabilidade de uma breve aventura...
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