Bateu no despertador como se estivesse em um ringue prestes a vencer um velho inimigo. Pulou da cama contrariada. As roupas já estavam escolhidas. Vestiu-as a contragosto. Esquentou a água para o café e passou geleia em duas fatias de pão. Não era um banquete de frutas anti-oxidante mas já era melhor do que o jejum do dia anterior. Se bem que, anda lendo, jejum é algo saudável. Vai parar de ler. Anda ficando confusa. E estressada diante de tantas opções. Queria levar uma vida só e pronto. Ter a tranquilidade de estar seguindo adiante corretamente ou, ao menos, sem culpas. Aqueles casos podiam esperar. As vítimas já estavam mortas. O que restava agora era papelada. Quem iria para a cadeia? Não há suspeitos. Quer dizer, há os suspeitos óbvios. Mas não há prova. Rio de Janeiro não é um lugar de prender assassinos. É lugar de curtir praia, futebol, cerveja gelada. E de se esconder de tiros. Ninguém resolve assassinato enquanto tem que se esconder de tiros. Você continua se escondendo para evitar ser o próximo, só isso.
domingo, 29 de julho de 2018
Continua indo
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Cenas,
Dos livros que nunca escrevi
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