quinta-feira, 9 de abril de 2015

Globo

Tem gente pegando dengue.
O dólar bateu dois e setenta, como é que pode?
Tem gente comprando uma geladeira pela primeira vez.
O dólar bateu três reais, que absurdo!
O país vai parar.
Mas o país está andando.
A Petrobrás está cheia de corruptos.
Mas eu não conheço ninguém que está trabalha na Petrobrás.
Vejo as coisas pela TV.
Viajo, mas não tanto quanto gostaria.
Não conheço direito o continente Brasil.
Minha empregada bateu panela também.
Ela é elite branca opressora?
Vamos brigar pelos termos.
Pelas idéias.
Danem-se o que elas significam no fundo.

Não sei porque estranham essa coisa de o povo acreditar na Globo. Não é burrice. Quando se cultua um modo de vida em que você trabalha sessenta horas por semana para conquistar o direito de ficar jogado diante da TV durante todo seu tempo livre, de lazer, então não se trata de se deixar enganar. A TV É, e esse é é maiúsculo mesmo, a TV É a realidade do povo trabalhador branco elitista, ainda que esse termo descreva, muitas vezes, negros trabalhadores na favela. Enfim. O termo é ruim. "elite branca elitista, opressora". Não gosto do termo. Mas entendo o que ele descreve. Essa gente para quem a TV é mais real que o mundo. Que se orgulha de ter tempo de ler a Veja e não lê nada mais e se entende mais culto e bem informado que todo o resto.

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