Frequento escolas todos os dias. A que mais me deu trabalho foi aquela com paredes paredes e mais paredes. Gosto das escolas abertas. Dessa escola em que entramos ao abrir a porta de casa de manhã. Dessa escola que começa ao cairmos da cama. Dessa escola que começa ao nos depararmos com nós mesmos no despertar. Gosto dos meus muitos professores. Tenho professores velhos, cientistas, analfabetos, feirantes, brancos, pretos e dos olhos fininhos. Tenho professores crianças. Tenho professores que ensinam pelas declarações objetivas, "em agosto começarão as garoas de fim de tarde". Tenho professores que ensinam pelas demonstrações: as crianças com seus olhares curiosos emoldurados em sorrisos. Não fico apenas sentado. Nas minhas escolas também ando, deito, corro e me escondo. Aprendo com escritores de outros recantos do mundo e outros séculos. Aprendo com velhos escondidos em seus quarto escuros. Sou um abridor de gavetas. Um curioso que quer saber o que tem dentro. Pouco me importa o aspecto do cofre. Pouco me importa se o tesouro escondido é ouro ou uma velha carta de amor: me enriqueço do brilho de ambos.
terça-feira, 17 de outubro de 2017
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