Finalmente olho nos seus olhos. Escuto suas histórias. Faz-me amar, faz-me amor. E então se dilui em uma vida distante, te vejo turvada por detrás do seu trabalho, de suas viagens, de suas ambições. Vai-se embora nesse turbilhão de acontecimentos responsáveis. Novamente te encontro. Nos livros. Nas caminhadas. Somos soldados em um mesmo devaneio, soldados de uma mesma causa. Viajamos juntos nas mesmas imaginações. E novamente você desaparece. Levada pela certeza de uma vida estável. Levada pelas escolhas certas. Levada pela casa nova. Levada pelo novo emprego. E eu aqui amarrado aos meus sonhos. Espero. Espero. Procuro. Procuro. E te reencontro. Te redescubro. Te desenterro das músicas diferentes, dos sorrisos escondidos, da timidez dos primeiros carinhos. E novamente, ciclo infinito, a perco para a casa nova com cachorros. Com empregada às segundas. Para a vida com previdência privada. Enquanto eu me recusar a pertencer a este mundo você se recusa a ficar. Vem, aparece e novamente se vai. Já a encontrei nos passeios pelas pinacotecas e nas viagens de moto. Já a encontrei na música sob o luar e nos churrascos entre amigos. Já a encontrei nos bilhetes escondidos e nos alucinados pulos sem fim dos shows de rock. Já a encontrei no chão da sala e na mão dada do cinema. E, sorrateira, escondida por trás de mil rostos e mil vidas, novamente você, meu grande amor, sei vai. Mas eu sei que, logo mais, te encontro. Te reencontro. Te redescubro. Te reinvento. Te renasço. A esculpirei onde você me descobrir. A escreverei onde você me ler. A mergulharei onde você me afogar. A abraçarei onde você me amar. A encontrarei onde você me procurar. A protestarei onde você me manifestar. A dançarei onde você me musicar. A respirarei onde você me oxigenar. Te reencontro mil vezes.
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