domingo, 3 de setembro de 2017

Idiotas funcionais

Existe o analfabeto funcional. Já falaram muito dele, coitado. Mas existe essa outra categoria a que vamos chamar de idiota funcional. Aqui é claro que a palavra funcional é empregada em um sentido diverso. Em "analfabeto funcional" o termo funciona para especificar que nos referimos àqueles que são analfabetos em efeito, na prática. Já em "idiota funcional" me refiro pura e simplesmente ao idiota "que funciona", incansavelmente ostentando suas idiotices por aí.

O idiota funcional muitas vezes tem uma família abastada. Mora bem. Aqueles apartamentos que tem entrada social, entrada de serviço e entrada para os serviçais dos que usam a entrada de serviço. O idiota funcional teve uma infância movimentada. Correu de kart. Viajou pela Europa. Esquiou em neve de verdade. O idiota funcional tem um grande guarda roupa.

O idiota funcional tem perfumes. Nada contra homens se perfumarem também. A questão aqui é a fartura, o exagero. Só o que um idiota funcional típico tem de perfumes no banheiro daria para pagar todas as minhas contas no ano.

Mas não importa o quão rico o idiota funcional seja. Ele é, antes de tudo, isso: um idiota. Não é capaz de entender um simples parágrafo. Não por alguma questão de autismo ou outro viés biológico. É só falta de prática mesmo. Falta de interesse. Não é capaz de expressar o que está pensando. E aqui eu não sei dizer se é o caso de falta de prática na expressão ou diretamente no ato de pensar. Temo pela segunda opção.

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